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segunda-feira, junho 20, 2011

Bolhas de Sabão

Em sua superfície vive o arco-íris.
  Levam a poesia em sabão e água,
    Vivem em tudo e em lugar nenhum.
       Morrem explodindo sem estrondo algum.

Palavras indistintas

Por um instante tenho a sensação de um depois tranqüilo.Ser feliz me parece bom, mas só encontro tal felicidade quando estou só.
O vento adentrando a janela, som de risadas das crianças na rua, o distante latido de um cachorro, os raios mornos do sol da manhã afagando minha pele e o som dos pássaros são meus únicos companheiros. Isso me alegra.
E essa alegria me entristece.

sábado, junho 18, 2011

Águas do lago.

Não sei a razão da qual sentimentos controvérsos sempre se apoderam de mim.
Me fiz de forte inúmeras vezes, mas por mais que o faça,
sinto-me mais uma a reconstar-me em teus ombros largos,
me chamas e vou,
não me difere das tantas outras que passaram pelos mesmos ombros,
que sentiram tuas mãos asperas...
Perdoei cada ato erronio teu, passei meus sentimentos para tras...
Busquei teus afagos, que não passavam de restos.
Me acrescentei a tua longa lista provocadora de decepção...
Mas não penses que não vou submergir de teu denso lago negro,
Mais longe hábito do que pode imaginar,
Em águas tão escuras,
Não cairei novamente...Jamais.

Música dos anos 80 : Tracy Chapman - Fast Car



Adeus descompassado.

Eu queria contar o que estou sentindo,
As sombras se vão,
e sei que ir-me-ei logo.
Mas já me sinto contente,
pois hoje consegui sorrir novamente.

Perdi a sanidade, pois pensei que logo
chamaria minha nova realidade de lar.
Não espere que eu omita todos os fatos...
Não quero feri-lo,
Mas peço que esqueça.
Esqueça até de bater em minha porta.

E sei que ir-me-ei logo.

Como Criança...

Pisar na grama, chafurdar na lama,
Cara ao vento, recolhendo flores,
Na inocência...não saber de amores,
Não se queimar na perigosa chama...

Correr, pular, viver sem preocupação
livre do pejo, dor ou ansiedade...
Não ter paixões...Nunca sentir saudades...
Curtir a vida simples de menino.

Pião na mão, pipa, bola...
Nunca pensar...viver de brincadeira,
nunca guardar rancores ou lembranças.

Desejo de esquecer seus olhos,
que são na vida aguilhões em mim...
Vontade de voltar a ser criança!

Eduardo e Mônica - O filme


Muito bacana esse clipe promocional da Vivo. Música 'Eduardo e Mônica' do Legião Urbana.

Insônia...

Não durmo porque não ouvi a voz que me acalme, 
que me tranquiliza, que me deixa em transe.
Estou acordado e me sinto desamparada.
Em que sonho você está agora? 
Em que lugar seus passos caminham?
Estou incrustado num turbilhão de incertezas e inconsciências...
Nesta noite, onde tudo é mais escuro, onde a lua não brilhou, 
onde as estrelas se quer apareceram, eu me rebaixo a um ser que vai do nada a lugar nenhum.
Meu sono vaga. Vaga pelo seu deserto, vaga pelos seus sentidos.... está perdido na sua voz.

Inveja

Cuidado!
Ela te espreita!


Ora aparece sorrindo,
Ora aparece tristonha.
Camufla a face medonha.
Veneno infiltrado, insistindo.
Sorriso atado no rosto.
Em olhar enviezado.
Traz falso prazer e desgosto.


Amiga de todas as horas,
De teu sangue sequiosa
Por vezes é muito formosa.
Um ódio no olhar te devora...
Quando estais só é gentil.
Mas em grupo te isolas,
O falso equilíbrio degringola.
Tudo passa a ser ardil!


Amiga das horas perdidas.
Ausente nas horas difíceis.
Garras de unhas retráteis,
Autora de longas feridas.


Do ciúme que é posse, é diferente.
No oco da alma ataca.
O olho, no fundo, destaca
Enorme ódio carente.


Cuidado!
Ela te espreita!

_

Passagens...

Trago rugas no rosto
Rugas de uma vida inteira
Mesmo em pouca idade
Dia a dia me é proposto
Assumir mais uma mensagem

Mensagem de dor e ausência
Põe meu pensamento em desalinho
Feita de lágrimas e insistência
Que a vida pôs no meu caminho.

Insistência de permanecer aqui
Sem vida, como nuvem descendo ao chão
Faz tempo que a ternura escondi
Num recanto escuro do coração.
Minha palavra trago esfarrapada
E o vento já não me acaricia
Sinto minha carne pisada
Por ver passar mais um dia.

Nem a solidão por companheiro já tenho.
Por me sentir tão só.

Companhia nenhuma, sufoco na escuridão
Há séculos se repete esta primavera
E eu a mesma ave a esvoaçar
Talvez haja outra ainda à minha espera
E eu terei, na boca um pássaro para cantar.

Se o resto de esperança
de mim não abalar...
Estas escondido aqui
observa tua presa
e então sorri...

Prossegue eliminando as minhas emoções,
deixando me apenas com a dor,
de tantas mudas canções
riso malvado, doce odor...

Tens beleza sobrenatural!
Certeza não tenho,
de quais sentimentos mais deixou.
Pensamento inquietante que abstenho...

Surges atraído pela minha voz,
seu inútil monstro traidor.
Assombras-me quando estou só
rei do inferno, eu pecado, tu pecador...

...

Aproveite o agora...

Natureza Sob o Jugo da Navalha

Salvem os rebentos
Queimem os remanescentes.
Mostro-lhe a insólita existência.
Ainda em vós o jugo da navalha.

Recordações e ramos aduncos.
Verdugos em vestes brandas.
Pranteam dissimuladamente,
Suas forjas a todo vapor.

Corpos encerrados, rasgados lentamente.
Não há razão sólida.
Navalha mata, navalha suja,
A terra encobre os rostos cobertos de sangue e lágrimas.

Ainda restam bastardos.

sexta-feira, junho 17, 2011

Para distrair....



Tenho jazido em minha cadeira,
À espera de Fantasmas que nunca chegam...

"Lá fora a lua intensa
brilha com uma luz plena."
Lúcio Vérnon

O começo do mundo sempre foi o agora,
nada pré determinado, ou com alguma obrigação.
Jogo de espelhos em um circo barato.
Há um aqui em cada lugar que se segue.
O centro não existe mais,
todos os pontos de vista, por hora, são centrais,
e todas as visões deste mesmo mundo,
não passam de periféricas...

...Descrevendo...

Eu sou a alegria, o tempo -passado,presente,futuro- de certo já sei. Sou um filme de amor, comédia, aventura, um drama, talvez... Eu sou a timidez em uma estúpida criatura. Sou usada para diversos fins... E pouquíssimos começos. Sou um peixe fora d’água... Respiro paixão e transpiro amor. Eu sou a saudade. Solidão. Produzo e sigo meu destino... Erro, acerto, vivo... Aprendo e concerto. Eu sou mulher amada, odiada, desprezada e querida. Partirei...não há aviso prévio. Deixarei saudades que logo vão passar e sem a certeza de algo importante deixar...mas uma vida findará.

Teus Olhos

Teus olhos portam o encanto,
Que vejo mesmo em meio a turba.
Justificam minha deploração.
E destes versos dolentes são a razão.

Comoventes, belos e minuciosos.
Olhos que são presentes em meus pensamentos.
Conhece meu sonho mais latente,
Provocando em mim tantas lágrimas insistentes.

Coração vivendo em desalinho...
Como me distanciar desses teus olhos?
Fugazes, misteriosos.
Imploro ao dono de tãos negros olhos que convença-me a ficar.

Antes mantinha meu coração palpitante,
Agora representam apenas tua alma aleive.
Assim mesmo, me perco neles inebriante,
Alheia a tudo que tive.

Sempre que esses olhos viperinos
Se aproximam dos meus,
Sinto-me tresloucar rapidamente.
Olvido sempre do adeus

quinta-feira, junho 16, 2011

Falta

Senti falta de ti nesta noite.

Senti falta das conversas


Sempre sinceras entre nós...
Da chegada e, de forma inversa,
Do adeus, horas após...
Senti mais falta ainda
De nosso tão ardente entendimento...


De teu encanto que não finda,
Dessa entrega livremente.
Senti falta de ti...


Não pense que não, 
Trago-te aqui, 
Bem guardado, 
No coração saudoso e apressado,
Que mesmo em silêncio
Bate os segundos 
Contando-os um a um, a espera de ti.

Pássaros

"Pássaros
 Com seu lindo canto,
 para meu espanto,
 veio me trazer
 velhos sonhos desconhecidos
 de um coração tão sofrido."

Messe

Em tons de vermelho tingem-se meus olhos,
Aprecio o rancor que me proporcionas,
Doce alvo de suas garras fatais.
Tento me distanciar uma vez mais.

Presa em ramos espinhentos e chorando copiosamente.
Por que me atinges tão brutalmente?
Em casa chegas, lugar que outrora chamei de lar,
Tiras-me minha família, tiras-me o sono,
Levas consigo tudo que me foi valioso.

Em panos brancos guardo teu sangue,
De sorriso aberto me lembro da lâmina ao cercear-lhe.
Não me tome como monstro,
Sou apenas o fruto daquilo que você semeou um dia.
Eis a sua colheita.
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